Discurso de apresentação do livro: Da Philarmonica Loriguense à Sociedade e Musical Loriguense: Um percurso histórico (1906 – 2016).
Hoje é um dia diferente!…
Diferente…
Porque uma componente da história de Loriga é enriquecida, relevada, transmitida, defendida, preservada e tornada pública…
Diferente…
Porque Loriga sabe assumir o seu passado com orgulho, com racionalidade e sem o recurso à intriga, ao desrespeito, à malvadez e a uma cultura que sabe gizar, trabalhar e realizar em prol de uma comunidade de Gentes literatas…
Diferente…
Porque hoje o ambiente é de festa, de felicidade e de muita amizade pela Banda… a nossa Banda Filarmónica… a nossa embaixadora!
Finalmente… é diferente…
Porque é o dia do lançamento do Livro sobre a história da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense.
Mas cuidem-se!… Os velhos do Restelo continuarão a andar por aí, e… à solta!
Este livro tem o seu início em janeiro de 2015… quando recebemos o convite para construirmos a história da Banda Filarmónica.
Depois de refletirmos, decidimos aceitar tão honrosa escolha!
Estava certo de que, com a colaboração e a sapiência dos músicos loriguenses, conseguiria que o mester da musicalidade interpretado pela nossa Banda Filarmónica – desde o longínquo ano de 1906 – seria efetivado.
Mas… conceber um livro cujo objetivo era construir uma narrativa histórica sobre a Banda Filarmónica de Loriga, não era tarefa fácil! Era um desafio incomensurável e magnânimo, onde a pesquisa teria de constituir e assumir um papel primordial e relevante, onde o discernimento e clareza lexical constituíssem a metodologia mais consentânea para chegar a todos.
Após um primeiro diagnóstico e ter gizado um índice preliminar… decidimos avançar!
Realizadas as primeiras pesquisas, rapidamente inferimos que o espólio documental era diminuto e com grandes falhas cronológicas.
Como contornar e ultrapassar este grande escolho documental existente na Sede da SRML, se apenas começava em 1945 (…apenas 1 pasta) e mais contínuo e sistemático a partir de 1955?
Era com certeza uma etapa que era necessário vencer e ultrapassar, para que a narrativa emergisse e fosse potenciadora de um passado com verdade…
Felizmente, muito foi ultrapassado e com sucesso… mas… fico por aqui! Peço imensa desculpa. Para saberem mais, remeto-os para a leitura do livro porque lá, irão encontrar na narrativa a metodologia e os documentos!
Este livro sobre os 110 anos da Banda da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense… representa:
o Em primeiro lugar; o epílogo de um trabalho de investigação e pesquisa realizado ao longo de alguns meses…
o Em segundo; a história de um percurso musical e cultural digno e repleto de muitas memórias e vivências que o tempo e a mente ajudaram a corporizar…
o Em terceiro; porque torna mais visível a marca identitária de uma Instituição, que soube durante todos estes anos ser um veículo de difusão de Loriga e da sua comunidade, caraterizada pelo seu espírito obreiro, pela sua qualidade hospitaleira e pelo seu pendor de devotar aos outros… durante o seu quotidiano vivencial… muita amizade.
Quando iniciarem a leitura do livro, chamo à atenção para:
o As citações que vão encontrar no livro se encontrarem transcritas numa linguagem coeva (da época) e “ipsis verbis”;
o A leitura de algumas notas de rodapé, onde encontrarão informações preciosas sobre a história de Loriga;
o O texto de toda a narrativa se encontrar segundo as regras do novo acordo ortográfico…
Antes de terminar e, agradecendo a presença do senhor Presidente da Câmara de Seia, solicito-lhe para que doravante, materialize e conceda sustentabilidade à cultura e à tradição loriguense, potenciando a criação de núcleos museológicos: do têxtil… do pão… e da pastorícia, onde a identidade de cada uma das atividades caraterizadoras da história económica loriguense, sejam polos de atração. Solicito também, que estejam mais atentos à publicidade que o município elabora quando aborda a paisagem e a natureza majestosa que envolve Loriga. As últimas notícias sobre esta temática, NÃO respeitaram o encanto, a beleza e a sumptuosidade loriguense….(felizmente… foram corrigidos em 10-05-2016)
Por último… queria relembrar que foram os loriguenses radicados no Brasil, desde o século XIX, os responsáveis por mais esta obra da criação da Banda Filarmónica loriguense. Importa por isso, prestar-lhes um reconhecimento convicto… eles merecem muito de nós, em especial Joaquim Gomes de Pina, o grande responsável e organizador, como é referido na página 2, do jornal “Echos de Loriga” publicado em 28 de outubro de 1906 no Pará.
O meu obrigado a todos eles…
Aos lorigueses de hoje, honro e presto aqui também a minha homenagem, pois a sua abnegação tem sido grande e o seu trabalho é reconhecidamente verosimilhante a um edifício comunitário incomensurável, que beneficia e tem agradado a muitos.
A todos eles o meu obrigado sincero…
Também o meu obrigado ao António Luís de Brito, ao Prof. Sérgio Brito, ao José Aparício Fernandes, ao Tiago Lucas pela colaboração muito próxima e por me terem acompanhado nesta tarefa… À Direção da SRML, na pessoa do seu Presidente… o nosso agradecimento!
Vou terminar, prestando a minha homenagem a duas pessoas que partiram sem avisar e sem fruírem esta obra que viram também nascer: Fernando Alves Pereira e Carlos Alves de Moura.
Saúdo a Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, a sua Direção, os músicos e as suas famílias e demais colaboradores…
Saúdo Loriga e a diáspora loriguense…
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